Originalmente postado por Henry Franken*, no blog da BiZZdesign - Tradução autorizada O termo "estratégia" é talvez um dos mais mal usados, e mal compreendidos, conceitos na literatura de negócios. Nesta série de postagens, nos referimos a estratégia como o posicionamento da empresa em relação ao seu ambiente. Pretendemos responder a estas questões: como podemos (a) melhorar os processos de gerenciamento estratégico através do uso de modelos, e (b) melhorar a execução/implementação de estratégias através do Gerenciamento da Arquitetura Corporativa? Preocupações estratégicasEstrategistas em geral lidam com a resolução de preocupações estratégicas, tais como:
Muitas vezes é assumido que lidar com estas preocupações é um processo racional e planejado (planos para 3 ou 5 anos). No entanto, na prática muitas vezes este não é o caso. Para muitas organizações, o processo estratégico é muito distante de ser planejado, e se configura mais como um processo criativo. Frequentemente, é somente em retrospectiva que alguém pode distinguir um padrão no fluxo de escolhas estratégicas que têm sido feitas. Abordagens DiferenciadorasExistem opiniões divergentes sobre como resolver os diferentes problemas estratégicos. Por exemplo, para o problema da vantagem competitiva, alguns autores defendem que uma abordagem "de dentro para fora (visão baseada em recursos, se referindo às capacidades dinâmicas da organização) é a melhor: comece com aquilo em que você é bom, desenvolva produtos, e encontre os mercados apropriados. Outros defendem exatamente o oposto, e adotam uma abordagem "de fora para dentro" (Oceano Azul - procurar espaços em mercados não disputados, ou Oceano Vermelho - tentar melhorar nos mercados existentes): encontre um mercado onde você espere obter sucesso e desenvolva uma base apropriada de sistemas/recursos para explorá-lo. De forma similar, para o problema da sinergia versus responsividade, alguns autores defendem que a melhor forma de se obter sucesso em uma organização com múltiplos negócios é maximizar as sinergias entre eles:
Alguns argumentam exatamente o oposto, e propõem uma abordagem de portfólios. A ideia central desta abordagem é que através da oferta de máxima liberdade os negócios terão maiores chances de terem sucesso. Ao distribuir o risco do negócio através de várias unidades de negócio, o sucesso no longo prazo do portfólio é maximizado. Uso de ModelosPara melhorar (a) o processo estratégico racional/deliberado, e (b) a comunicação sobre todos os aspectos da estratégia, diversos modelos têm sido propostos. Estes modelos podem ser usados para ajudar na tomada de decisões racional e planejada, e também para documentar e comunicar sobre estratégias que são "descobertas" em retrospectiva usando uma abordagem mais criativa/incremental para o gerenciamento da estratégia. Importantes modelos a considerar, neste contexto, são:
Na nossa opinião, o ato de traçar estratégias, e responder às difíceis questões sobre o que a organização deve almejar ser, é aquilo do que se trata o gerenciamento estratégico. Sejam os modelos usados para racionalizar o processo de opções/tomada de decisões estratégicas em uma organização, ou para "apenas" documentar o resultado de um processo estratégico em retrospectiva: acreditamos firmemente que modelos são uma ferramenta indispensável para o sucesso da organização no longo prazo. Combinando (os resultados de) diferentes modelos estratégicos, os estrategistas ampliam seus horizontes e se libertam de uma visão do mundo baseada em um único paradigma. Na próxima postagem nesta série, discutiremos o Canvas de Modelo de Negócio como uma ferramenta para (a) fornecer uma visão integrada sobre a estratégia da organização, tanto no presente como no futuro, e (b) mostrar como os modelos já existentes, citados nesta postagem, podem ajudar a preencher este canvas. * Henry Franken é fundador e diretor da BiZZdesign, empresa líder em ferramentas para modelagem da arquitetura corporativa, representada no Brasil pela Centus Consultoria. |