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Usando o Continuum Corporativo do TOGAF para Classificar Descrições da Arquitetura

Postado em 2 de abr. de 2018 por Antonio Plais

Originalmente postado por Bernd Ihnen*, no blog da BiZZdesign – Tradução autorizada

Em postagens anteriores, escrevemos sobre a necessidade de digitalizar as capacidades de mudança e como a arquitetura corporativa pode suportar e fornecer valor para sua organização. Também discutimos como categorizar descrições da arquitetura ao longo de diferentes níveis de abstração. Mas há uma dimensão que nós ainda não exploramos em profundidade: Quão genérica ou específica é a descrição da arquitetura comparada com a sua organização?

Durante a última década, muitas arquiteturas de referência foram desenvolvidas e publicadas. Elas são um ponto de partida útil para descrever uma organização, e as arquiteturas podem ser mais ou menos específicas para a nossa empresa. Não vamos nos aprofundar em uma discussão acadêmica sobre o que deveria ser classificado como o que, de forma que iremos nos ater aos pontos principais do conceito mais amplo.

blog continuum 007

De arquiteturas genéricas para arquiteturas específicas da organização

O espectro mostrado na figura acima começa à esquerda com os tipos mais genéricos de arquiteturas, as Arquiteturas de Fundação. Arquiteturas de tecnologias ou infraestrutura genéricas em geral se encaixam nesta categoria, como o Modelo de Referência Técnica (TRM-Technical Reference Model) a que se refere a especificação TOGAF 9.1. Aqui, nós geralmente encontramos descrições da arquitetura de tecnologias ou plataformas tecnológicas.

Movendo-se para a direita, Arquiteturas Comuns podem ser construídas sobre as Arquiteturas de Fundação. Usualmente, estas arquiteturas são mais específicas para uma arquitetura da organização, mas, ainda assim, estes tipos de arquitetura poderiam, potencialmente, ser aplicados para organizações em várias indústrias. Podemos mencionar, como exemplo, uma arquitetura de referência de Planejamento de Recursos Corporativos (ERP-Enterprise Resource Planning) ou de um sistema ERP, que poderia ser usado por empresas de várias indústrias.

Se uma arquitetura é mais específica, mas ainda potencialmente reusável em várias organizações da mesma indústria, estes tipos de arquitetura podem ser classificados como Arquiteturas da Indústria, por exemplo, arquitetura de referência de ERP Automotivo. Outro exemplo é um sistema ERP que é desenvolvido para ser usado na indústria de água e energia, onde as empresas em geral enfrentam várias e constantes mudanças regulatórias.

Arquiteturas Específicas da Organização são aquelas arquiteturas que você descreve para a sua organização, principalmente para suportar programas e projetos. Assim sendo, elas são as descrições da arquitetura mais específicas para a sua organização.

O TOGAF chama as descrições da arquitetura de “artefatos”, que são “um produto do trabalho arquitetural que descreve um aspecto da arquitetura”, e pode ser expresso através de tabelas, matrizes ou diagramas (TOGAF 9.1, seção 2.5). A especificação TOGAF trás mais informações sobre como estas categorias do espectro se inter-relacionam umas com as outras, mas vamos focar na parte mais prática.

O que nós usamos na prática?

Na prática, nós geralmente vemos arquiteturas específicas da organização (nossas descrições da arquitetura) e arquiteturas específicas da indústria. Se você não pode achar uma arquitetura de referência para a sua indústria, você pode tentar encontrar uma arquitetura mais genérica – arquiteturas comuns ou de fundação. Estes modelos de referência existem para vários domínios da arquitetura, por exemplo, capacidades, processos de negócio (por exemplo, ITIL), funções, aplicativos, tecnologias, ou risco e segurança.

Agora, você pode classificar as descrições da arquitetura de acordo com descrições funcionais/de solução, e de acordo com a sua especificidade. O exemplo a seguir ajudará a aplicar esta categorização na prática.

Exemplo prático de classificação da arquitetura

Para tornar isto prático, você pode usar taxonomias de classificação de tecnologia fornecidas por companhias que oferecem serviços de tecnologia da informação. Uma destas empresas é a Flexera BDNA Technopedia, que fornece informações sobre ciclos de vida das tecnologias, e muito mais. Isto serve como um bom ponto de partida para classificar tecnologias e é uma alternativa para o TOGAF TRM, mais antigo. Além disso, se você sentir falta de alguma classificação, lembre-se que o TOGAF diz para você “personalizar o modelo de referência de acordo com a sua necessidade”.

A tabela abaixo mostra exemplos através do continuum corporativo:

Arquiteturas de Fundação Arquiteturas Comuns Arquiteturas da Indústria Arquiteturas Específicas da Organização
TOGAF TRM, incluindo S.O. e DBMS
BDNA
Open Infrastructure Architecture – OIAr
TOGAF III-RM
IT4IT
Arquitetura de ERP
Mapa de capacidade BIAN
Arquitetura ERP para a Indústria Automotiva
Mapa de Capacidade da Companhia XYZ
Arquitetura de ERP da Companhia XYZ
Linux, SAP Hana, MS SQL, Kafka SAP ERP SAP ERP Indústria Automotiva SAP ERP da Companhia XYZ

Agora, você tem os meios para classificar suas descrições da arquitetura. Para atingir as proposições de valor da Arquitetura Corporativa, na sua jornada para se tornar uma Empresa Adaptativa, você pode ter um olhar mais atento para os blocos de construção da arquitetura e de soluções, o que evita que você, como arquiteto corporativo, se perca no gerenciamento de todas as instâncias implementadas na sua organização.

Na próxima postagem desta série, vamos abordar como você pode usar a linguagem ArchiMate para descrever estas arquiteturas usando uma notação padronizada de uso mundial. Isto irá ajudá-lo a padronizar a sua comunicação em relação à descrições da arquitetura para suportar suas mudanças estratégicas!

* Bernd Ihnen é Consultor e Instrutor da Bizzdesign, empresa líder em ferramentas para modelagem da arquitetura corporativa, representada no Brasil pela Centus Consultoria.

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