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Seis Maneiras de Organizar Seus Modelos de Arquitetura (Parte 1)

Postado em 29 de mar. de 2018 por Antonio Plais

Originalmente postado por Marc Lankhorst*, no blog da BiZZdesign – Tradução autorizada

Se você tem alguma experiência com a modelagem casos reais de arquiteturas completas para grandes organizações – preferivelmente usando a linguagem ArchiMate, é claro – você provavelmente se viu de frente para o desafio de organizar seus modelos de uma maneira lógica e gerenciável. Nesta série de postagens em duas partes, compartilharemos as seis maneiras mais comuns que usamos para organizar nossos modelos de arquitetura. Estes seis métodos deveriam ajudá-lo a manter seus modelos organizados e limpos, ao mesmo tempo em que suportam melhores resultados para suas iniciativas estratégicas.

1. Organize seu repositório de modelos por domínios de negócio, domínios de informação e pilhas de tecnologia

Para grandes organizações, você precisa de alguma subestrutura para o seu modelo integrado do estado atual. As capacidades, funções e processos de negócio podem ser organizados por domínios de negócio ou capacidades de negócio de alto nível. Isto é uma subdivisão natural no mundo dos negócios, facilmente reconhecida tanto pelo pessoal envolvido como pelas estruturas de autorização e responsabilidade típicas em sua organização. A parte de aplicativos e dados do seu repositório de modelos pode ser organizada de acordo com os domínios de informação, consistindo de:

  • Conjuntos de itens de informação que geralmente se mantém juntos
  • Aplicativos que processam estas informações
  • Funções de negócio que estes aplicativos suportam

Por exemplo, você poderia ter um domínio de informações para Dados do Cliente, compreendendo os dados pessoais relevantes que você captura dos seus clientes e os aplicativos usados para armazenar e processar estas informações. (por exemplo, sistemas CRM). Outro domínio de informação poderia ser a Interação com o Cliente, onde você poderia encontrar aplicativos de centrais de atendimento e de mídias sociais, por exemplo.

Para a parte de tecnologia da arquitetura, uma estrutura orientada para o negócio geralmente não faz muito sentido, uma vez que boa parte da infraestrutura técnica de uma empresa atravessa domínios de negócio e de informação. Ao invés disso, a organização por pilhas tecnológicas faz mais sentido na maioria dos casos. Estes modelos de pilhas podem ser gerenciadas por equipes separadas com a competência técnica necessária.

Configurar uma página de navegação para ajudar as pessoas a encontrar seus caminhos em torno desta estrutura é, também, muito útil. A figura abaixo mostra um exemplo disso:

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Duas outras categorias de modelos são 1) modelos de referência externos e 2) padrões. Por exemplo, o padrão BIAN para a indústria bancária ou o padrão de segurança ISO/IEC 27001 mostrados na figura acima descrevem sua forma de trabalhar, incluindo:

  • seus processos de modelagem
  • suas convenções de nomeação
  • papéis e estrutura da equipe de arquitetura
  • e muito mais…

Ter isso acessível no mesmo repositório é muito conveniente. Naturalmente, existem muitos aspectos transversais e sobrepostos nestes domínios. Para resolver isto, você precisa estabelecer uma coordenação regular entre os especialistas envolvidos, de preferência suportados por uma plataforma colaborativa que permita que você defina direitos de acesso, crie fluxos de trabalho de revisão e de alguma forma organize o trabalho a ser feito. Nossos produtos, Enterprise Studio e Horizzon, oferecem suporte para estes aspectos da modelagem da arquitetura.

2. Separe os modelos do estado atual e futuro

É importante fazer uma separação clara entre o que você descreve sobre o mundo como você o conhece hoje e o futuro que você está almejando. Fatos sobre o presente e ideias sobre o futuro deveriam ser claramente distinguíveis nos seus modelos da arquitetura.

Uma forma de fazer isso é criar um modelo de referência integrado, somente para leitura, do seu estado atual (possivelmente por domínio, como descrito acima) e separar modelos no nível dos projetos que descrevem os aspectos do futuro na medida em que eles estão sendo desenhados. A visibilidade destes modelos do estado futuro é limitada aos membros da equipe de projeto que estão trabalhando neles, de forma que as demais pessoas não sejam confundidas pelo trabalho que está sendo feito no desenho do estado futuro. Dentro destes modelos do estado futuro, elementos do estado atual que continuarão no futuro podem ser reusados. Quanto for chegada a hora de colocar os resultados do projeto em produção, os modelos do estado futuro se tornarão realidade e serão transferidos para o modelo integrado do estado atual.

É importante notar que o processo de criação destes modelos é bastante diferente. Quando eles descrevem o estado atual, muitas vezes é mais fácil começar por aquilo que chamamos de ‘estrutura’ na linguagem de modelagem ArchiMate: a organização, os aplicativos, as plataformas de software e os dispositivos que estão prontamente visíveis na sua empresa. A partir daí, você pode olhar para o seu comportamento: os processos, serviços e funções fornecidos por estes elementos de estrutura. Em seguida, você poderia olhar por similaridades e oportunidades para sinergias ou racionalizações, apenas como um exemplo.

Ao desenhar a arquitetura do estado futuro, no entanto, você geralmente trabalha da maneira contrária: você primeiro define os serviços que você necessita para resolver o seu problema de negócio, então você rascunha os processos e funções que precisam fornecer estes serviços. Uma vez que isto está completo, somente então você decide quais elementos de estrutura desempenharão este comportamento e entregarão estes serviços. Isto evita a armadilha comum de restringir suas soluções possíveis de desenho em função das estruturas (isto é, componentes, sistemas, produtos, etc.) que você conhece, especialmente no início do processo de desenho.

3. Separe o conteúdo dos modelos das visões daquele conteúdo

Na modelagem da arquitetura, é importante distinguir o conteúdo da sua arquitetura das visões deste conteúdo que endereçam preocupações específicas das várias partes interessadas, através da visualização de partes do conteúdo de uma maneira adequada. Os mesmos elementos do modelo podem aparecer em diferentes visões; da mesma forma, todas as visões compartilham o mesmo conteúdo subjacente.

Tipicamente, você organiza o conteúdo do modelo de acordo com os tipos de elementos que você modela, usando, por exemplo, as camadas da linguagem ArchiMate (motivação, estratégia, negócio, aplicativo, tecnologia, implementação & migração), ou mesmo de forma mais granular, definindo conjuntos separados de processos de negócio, componentes de aplicativo, etc.

As visões deste conteúdo são melhor organizadas de acordo com os tipos de partes interessadas que você endereça, com visões para grupos como gerentes de negócio, desenhistas de processos, donos de aplicativos, gestores de dados, gerentes de projetos, administradores de sistema, e assim por diante.

Mais ideias para a organização de modelos de arquitetura

Na segunda e última parte desta série endereçaremos as convenções de nomeação e modelagem, bem como discutiremos estruturas para a governança e a garantia de qualidade dos seus modelos. Fique ligado!

* Mark Lankhorst é Gerente de Consultoria & Evangelista-Chefe de Tecnologia da Bizzdesign, empresa líder em ferramentas para modelagem da arquitetura corporativa, representada no Brasil pela Centus Consultoria.

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