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Nós somos diferentes! Mas, nós somos realmente diferentes?

Postado em 11 de mar. de 2019 por Antonio Plais

Baseado na postagem original por Remco Blom* no blog da BiZZdesign. Adaptação, tradução e reprodução autorizados.

“Muitas partes interessadas consideram suas organizações como únicas”. Dependendo do nível de abstração que você toma como ponto de vista, você pode argumentar que esta afirmação tanto pode estar certa como pode estar errada. É interessante compreender, a partir de um ponto de vista da arquitetura corporativa, porque as partes interessadas reforçam esta unicidade e quais os benefícios de entender onde a sua organização realmente é diferente das outras. Esta postagem usa organizações de saúde como exemplo, mas as ideias apresentadas são válidas para qualquer organização, em qualquer indústria.

Genérico x Específico

Um arquiteto em uma organização tem dois desafios importantes (entre outros):

  1. Aplicar arquiteturas (e soluções) genéricas para problemas específicos
  2. Desenhar soluções e arquiteturas específicas de uma forma genérica, de forma que estas possam ser úteis em situações futuras. Isso é muito mais difícil, tanto conceitualmente como na prática. Estariam os executivos do projeto dispostos a investir recursos adicionais para tornar as soluções reusáveis?

Isso é explicado também no Contínuo Corporativo (Enterprise Continuum), que é parte do padrão TOGAF.

blog TOGAF 002

Quanto mais genéricos são os elementos da arquitetura, mais reusáveis eles serão no futuro. Mas, também, na maioria dos casos será muito mais fácil adquiri-los, mantê-los e integrá-los.

Então, por que nós não trabalhamos com aplicativos padrão, desenhado colaborativamente, selecionados e hospedados para atender a vários hospitais em conjunto?

Entendendo por que e onde você é único

É claro que um banco é diferente de um hospital. Alguém pode dizer que quando os produtos e serviços são diferentes, os processos, fluxos de informação e panorama de aplicativos são diferentes. Eventualmente, lá em baixo na pilha, tecnologia genérica, como bancos de dados e conectividade, poderia muito bem ser bastante similar.

Mesmo quando as organizações têm os mesmos produtos, os processos usados para criar estes produtos podem ser diferentes. Mesmo quando os processos são padronizados, os fluxos de informação diferem. E mesmo se um conjunto de organizações consegue harmonizar isto, o panorama de aplicativos difere. Isso não parece ser lógico, ou, pelo menos, não é barato… especialmente em ambientes não-competitivos como o Governo. Nós temos visto que arquiteturas de referência estão se tornando bastante populares, principalmente em países como Austrália, Holanda, EUA, Singapura, entre outros. No Brasil, o FACIN é a primeira tentativa de criação de um framework de arquitetura corporativa comum para as entidades da Administração Pública Direta (APD). Na industria da saúde, o The Open Group tem trabalhado no desenvolvimento de uma arquitetura de referência chamada HERA-Healthcare Enterprise Reference Architecture (veja uma discussão sobre o tema aqui)

Mas mesmo assim, a cultura, a ambição por independência, o histórico, a estrutura da organização e, principalmente, a estratégia, provocam diferenças entre as organizações, mesmo quando atuando em áreas similares. A combinação e interação únicas entre as capacidades da organização torna cada organização única, mas isso não ajuda nosso trabalho arquitetural.

Existem dois passos para tornar mais claro onde você deveria querer se diferenciar:

  1. Criar um modelo de capacidades no qual você apresenta em alto nível o que a sua organização faz.
  2. Decidir, para cada capacidade, se a sua organização quer ‘inovar’, ‘diferenciar’, ou considerar esta capacidade de uso comum.

blog difference 002

Nós descrevemos esta abordagem em uma postagem anterior que tratava da “Arquitetura de Negócio no Novo Normal”. Esta abordagem ajuda a fornecer percepções sobre as capacidades primárias e secundárias, e alimenta a discussão sobre a implementação da estratégia e seu eventual custeio.

Tire vantagem das similaridades

A maioria dos elementos arquiteturais abaixo do nível dos aplicativos serão relativamente genéricos. Alguns aspectos da arquitetura de aplicativos e de negócios podem ser inspirados por outras indústrias. Finanças, Recursos Humanos, Suprimentos, etc. são exemplos típicos, mas também o CRM, o planejamento e o armazenamento de imagens podem ser (parcialmente) inspirados em como outras organizações fazem isso.

Processos específicos da indústria – e seus respectivos modelos de dados – podem ser fornecidos por provedores de serviços. Dentro da indústria da saúde, fornecedores de equipamentos de ressonância magnética e de prontuários eletrônicos entregam arquiteturas de processo padronizadas, que podem ser um ponto de partida para a sua arquitetura futura.

O que torna um hospital diferente de outras organizações

Hospitais possuem um conjunto único de processos, quando comparados com negócios que têm um impacto menos direto sobre a vida e a morte. Alguns exemplos:

  • Pessoas são tanto “sujeitos” como “objetos” dos processos. Alguns dos comportamentos de negócio são desempenhados pelos pacientes/clientes e, ao mesmo tempo, os pacientes são afetados pelo comportamento de negócio. Isso é fundamentalmente diferente de um banco ou indústria.
  • Fechar o ciclo de medicação é um processo que é único para instituições de cuidados de saúde, com o seu próprio conjunto de requisitos únicos.
  • A estrutura de governança é diferente para cada instituição de cuidados de saúde. Algumas são formadas por médicos cooperados, em outras os médicos são empregados. Algumas são ligadas a instituições de ensino ou fazem parte de um grupo maior, outras são independentes. Os conceitos de ‘cuidado’ e ‘cura’ têm abordagens diferentes e ‘pulsam’ através do negócio.

Toda Arquitetura Corporativa é Personalizada

Você pode usar arquiteturas de referência para acelerar o trabalho arquitetural, mas a história e a cultura da organização em que você está deve ser levada em conta. O processo de criar conscientização e conseguir o apoio da alta direção para a arquitetura corporativa deve ser levado em consideração em todos os casos, e a arquitetura resultante deve ser personalizada para as necessidades e metas estratégicas da organização, para que possa efetivamente entregar o valor desejado e esperado.

Para falar mais sobre o tema da arquitetura corporativa e do uso de modelos de referência para acelerar a sua adoção, entre em contato conosco e saiba mais sobre os nossos produtos, serviços e experiência.

*Remco Blom é consultor sênior e especialista em melhoria de processos e segurança da informação na Bizzdesign, empresa líder em ferramentas para modelagem da arquitetura corporativa, representada no Brasil pela Centus Consultoria.

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