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Por que adicionar um elemento de fluxo de valor ao ArchiMate é importante?

Postado em 30 de jan. de 2018 por Antonio Plais

Originalmente postado por Adina Aldea, Henk Jonkers & Marc Lankhorst*, no blog da BiZZdesign – Tradução autorizada

Nos últimos anos, o conceito de ‘fluxo de valor’ vem se tornando cada vez mais popular. Ele é um elemento útil na caixa de ferramentas dos arquitetos de negócio, e é defendido, por exemplo, no Open Group Guide to Value Streams e no BIZBOK®, do Business Architecture Guild®. Embora o ArchiMate® tenha, desde a sua criação, um elemento para mapear o Valor, até agora ele não tem um elemento de fluxo de valor. Nesta postagem propomos adicionar um elemento de fluxo de valor ao ArchiMate, de uma forma que suporte abordagens tais como aquelas descritas no Value Stream Guide e no BIZBOK, seja coerente com a estrutura da linguagem, e minimize o impacto no restante da linguagem.

O Que é um Fluxo de Valor?

Nós definimos um fluxo de valor como:

Um fluxo de valor é uma sequência de atividades de adição de valor que atinge um resultado específico que é valioso para uma parte interessada.

Um fluxo de valor descreve como uma organização organiza suas atividades para criar valor. Como descrito no Open Group Guide to Value Streams, um princípio importante dos fluxos de valor é que o valor é sempre definido a partir da perspectiva da parte interessada – o cliente, usuário final, ou recebedor do produto, serviço ou entregável produzido pelo trabalho. O valor obtido está nos olhos do possuidor; ele depende mais da percepção da parte interessada a respeito da utilidade do produto, serviço, resultado, ou entregável, do que do seu valor intrínseco; i.e., o custo para produzi-lo. Isto é modelado na linguagem ArchiMate usando o elemento de Valor.

Recursos podem ser atribuídos a fluxos de valor e às capacidades que servem (i.e., habilitam) um fluxo de valor. Isto suporta a técnica comum de mapeamento cruzado capacidade – fluxo de valor, onde você identifica quais capacidades a empresa precisa ou usa para suportar os estágios em um fluxo de valor.

Fluxos de valor podem ser definidos em diferentes níveis da organização, e.g. no nível corporativo, nível da unidade de negócio, ou nível do departamento, e eles podem ser estendidos para o ecosistema da empresa, onde parceiros, fornecedores, clientes e outros desempenham um papel na criação do valor. Fluxos de valor podem ser uma composição ou agregação de sub-fluxos, usualmente chamados estágios do fluxo (de valor), onde cada estágio deveria ter, por si só, uma clara contribuição de valor. Estes estágios são, tipicamente, relacionados usando relacionamentos de fluxo para modelar o fluxo de valor entre eles. Observe que, uma vez que no ArchiMate todos os elementos podem ser compostos de, ou agregar, sub-elementos do mesmo tipo, não precisamos adicionar à linguagem um elemento separado para estágio de valor, como mencionado no Value Stream Guide e no BIZBOK; isto pode ser representado simplesmente através de agregação ou composição.

Processos de negócio e, possivelmente, outros elementos de comportamento do núcleo do ArchiMate tipicamente realizam fluxos de valor, por exemplo, se partes dele são automatizados. Os estágios em um fluxo de valor fornecem um framework para organizar e definir os processos de negócio, mas diferentes partes da organização podem ter sua própria implementação dos processos de negócio que realizam o mesmo estágio do fluxo de valor. Da mesma forma, um processo de negócio pode realizar múltiplos estágios do fluxo de valor.

O Que o Conceito de Fluxo de Valor Adiciona?

É importante notar que um fluxo de valor pode ser muito parecido com um processo de negócio ponta-a-ponta; então, por que adicioná-lo à linguagem ArchiMate? A razão principal é que estes dois conceitos são definidos em diferentes níveis de abstração e servem a diferentes propósitos. Um processo de negócio descreve uma sequência (ordenada no tempo) de comportamentos necessários para criar algum resultado para um caso específico, e pode descrever caminhos alternativos e pontos de decisão (modelados como junções). Em contraste, um fluxo de valor foca no comportamento total que cria o valor a partir da perspectiva da importância, valor ou utilidade daquilo que é produzido, e não é uma descrição das tarefas ordenadas no tempo para os casos individuais.

Adicionar um conceito para fluxo de valor leva, também, a uma ótima simetria na linguagem. Fluxos de valor e capacidades refletem o modelo de negócio e proposição de valor de uma organização, enquanto processos de negócio e funções de negócio refletem seu modelo operacional. Nos seus respectivos níveis de abstração, fluxos de valor e processos de negócio representam a ‘empresa em movimento’, enquanto as capacidades e funções de negócio descrevem a ‘empresa estática’.

Exemplo

O exemplo abaixo mostra um modelo de um fluxo de valor de uma análise de dados, de um estudo de caso de inteligência de negócio. Entre os estágios do fluxo de valor, vemos os fluxos de valor com itens de valor associados, e, ao final, o resultado de negócio ‘tomada de decisão bem fundamentada’ que este fluxo de valor realiza para uma parte interessada em particular. Cada estágio no fluxo de valor requer várias capacidades, mostradas abaixo dos estágios e exibindo também como você pode usar o conceito de agrupamento no ArchiMate 3.0 para modelar este mapeamento cruzado de forma eficiente.

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Mapeamento do Fluxo de Valor no Enterprise Studio

Uma vez que nossos clientes confirmaram a utilidade deste conceito de fluxo de valor, a Bizzdesign já adicionou suporte para ele no Enterprise Studio (como pode ser visto no exemplo acima), de forma que você pode começar a modelar seus fluxos de valor hoje!

Nós também submetemos uma proposta para o ArchiMate Forum do The Open Group, no sentido de incluir este conceito em uma futura versão do padrão. Mais ainda, estaremos, em breve, lançando suporte avançado para, por exemplo, a criação de Mapas da Jornada do Resultado do Negócio e Modelagem de Ecosistemas. Fique ligado!

* Mark Lankhorst é Gerente de Consultoria & Evangelista-Chefe de Tecnologia,Henk Jonkers é consultor-pesquisador , e Adina Aldea é consultora, da Bizzdesign, empresa líder em ferramentas para modelagem da arquitetura corporativa, representada no Brasil pela Centus Consultoria.

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