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Arquitetura Corporativa: em Alta Velocidade

Postado em 27 de dez. de 2018 por Antonio Plais

Baseado na postagem original por Remco Blom* no blog da BiZZdesign. Adaptação, tradução e reprodução autorizados.

Compartilhar conhecimento e melhores práticas é um dos valores fundamentais da BiZZdesign e da Centus Consultoria. Nós regularmente organizamos e contribuímos para seminários presenciais e online, conferências e mesas redondas. Em várias destas interações, uma questão é frequentemente levantada pelos participantes: Quais fatores levam a uma prática de arquitetura corporativa de sucesso?

A importância da velocidade

Arquitetos precisam entregar percepções de alta qualidade para várias partes interessadas na organização. Mas alguns arquitetos não percebem a importância da velocidade. Em várias ocasiões, nós discutimos a importância de entregar respostas para questões de negócio e de projeto de forma quase instantânea. Muitos arquitetos têm muita dificuldade para fazer isso acontecer, mas a maioria concorda que o aconselhamento dos arquitetos tem que ser relevante: “É melhor para um arquiteto apresentar metade da resposta mais cedo, do que a resposta completa muito tarde”. O tamanho e a maturidade das empresas que participam dos nossos eventos varia bastante, mas muitos dos desafios relacionados com a velocidade são genéricos.

A Sete Piores Práticas: Freiando com arquitetura

  1. Muito tempo é gasto com a manutenção atrasada do panorama (desatualizado) de TI
  2. O patrocinador da iniciativa de arquitetura corporativa está deixando o projeto, está sendo transferido para outro departamento ou está deixando a empresa
  3. A arquitetura corporativa é vista como um projeto isolado
  4. Continuamente entregar vagarosamente
  5. Necessidade de completude assumida
  6. Discutir sobre a arquitetura corporativa em si, ao invés de discutir sobre os efeitos da arquitetura nos negócios
  7. Muitas atividades concorrentes, falta de foco; gastar tempo com as tarefas erradas e com as audiências erradas

Nas organizações onde o panorama de TI não está atualizado, os arquitetos gastam um tempo enorme tratando de problemas operacionais e discussões internas da TI. Em algumas organizações, a arquitetura é um papel, ao invés de uma função. Nestes casos, é muitas vezes difícil manter o foco no trabalho arquitetural, porque os projetos e incidentes são sempre “mais urgentes”.

Muitos pessoas com quem conversamos sentem que a arquitetura corporativa é vista pelas partes interessadas como um projeto, e não como uma capacidade. Assim sendo, quando o patrocinados principal da arquitetura corporativa, por exemplo, deixa a organização, a arquitetura corporativa não tem mais uma posição formal na abordagem de gerenciamento e/ou no portfólio de projetos, e você perde a importância e o suporte para continuar trabalhando.

Finalmente, ficar discutindo infinitamente sobre métodos e modelos de arquitetura freia a entrega e os efeitos da arquitetura corporativa. Apresentar os efeitos positivos da arquitetura corporativa, como a redução da complexidade, dos riscos e dos custos, e a análise de impactos e cenários relevantes para o negócio, é uma opção muito melhor.

Sete Boas Práticas: Melhorando a velocidade das entregas da arquitetura

  1. O panorama atual (“as-is”) do negócio e da TI é modelado em um repositório único e suportado por uma ferramenta completa e colaborativa
  2. O pensamento Lean é estabelecido na organização
  3. Critérios claros para a continuidade dos projetos e um processo claro de gerenciamento com a participação ativa da equipe de arquitetura corporativa
  4. Prototipagem rápida
  5. Pensar grande, começar pequeno
  6. Investir na sua rede de contatos: participe de reuniões formais e informais, lanches e da roda do café; mostre interesse real pelas pessoas do negócio, pelos desafios do negócio, e pelos exemplos do que funciona e do que não funciona na prática. Em resumo: desça da Torre de Marfim!
  7. Reclame por um papel para a arquitetura nas equipes de desenvolvimento ágil

Em muitas organizações, os arquitetos se beneficiam das práticas e iniciativas de gerenciamento Lean. Aqueles que investem nas práticas Lean não apenas ajudam a melhorar os processos, mas também contribuem para uma cultura de análise de problemas e elicitação de requisitos. Em contraste, arquitetos que não abraçam a filosofia Lean tendem a “pular direto para as conclusões ou soluções”, levando a resultados com baixa qualidade arquitetural.

Mais ainda, a integração da arquitetura com métodos de gerenciamento de projetos, como PMI e PRINCE2, é realmente benéfica para aumentar a velocidade da arquitetura. Produtos de arquitetura padronizados, como arquiteturas de iniciação de projeto, são muito úteis. Os arquitetos deveriam ser envolvidos nos projetos desde as suas fases iniciais, ao invés de serem chamados para contribuir somente quando surge algum problema. Muitas vezes, é útil começar com alguns protótipos rápidos: desenhos simples e rápidos, desenvolvidos de forma colaborativa, do estado potencial futuro e do estado atual da arquitetura, podem suportar de forma muito efetiva a elicitação dos requisitos e a comunicação com as partes interessadas, ajudando a influenciá-las na direção desejada. Deve-se tomar o cuidado, no entanto, para não dar às partes interessadas a impressão de que o problema e/ou solução são mais simples do que realmente são: simplicidade não significa falta de análise e avaliação adequados.

Quando seu objetivo é aumentar a velocidade de entrega da arquitetura corporativa, você não tem muito tempo para desenvolver uma arquitetura completa e compreensiva de toda a organização. Uma boa ideia é começar com um projeto ou domínio específico, especialmente se os recursos (tempo, equipe, experiência, dinheiro) são limitados. Você pode, posteriormente, integrar estas partições na arquitetura corporativa global que você está desenvolvendo passo-a-passo. Construir uma rede de contatos com as partes interessadas do negócio é um tempo bem investido. Se eles conhecem e gostam de você, você terá maiores chances de ser chamado para participar das discussões sobre investimentos e novos projetos que estão acontecendo através de toda a organização. Não confie apenas nos canais formais de governança da arquitetura.

Finalmente, a tendência pela adoção de abordagens de desenvolvimento ágil é cada vez mais forte na maioria das organizações. Reclamar o seu papel nesta maneira rápida de trabalhar pode ser um desafio, uma vez que a arquitetura corporativa sempre esteve associada com as velhas e lentas abordagens em cascata. As abordagens ágeis são, muitas vezes, sinônimos para velocidade, mas também apresentam desafios para a integração e a qualidade, para cuja solução os arquitetos podem contribuir de maneira muito significativa. Frameworks como o SAFe (Scaled Agile Framework) podem ajudar com orientações sobre o papel dos arquitetos nos projetos de desenvolvimento ágil.

*Remco Blom é consultor sênior e especialista em melhoria de processos e segurança da informação na Bizzdesign, empresa líder em ferramentas para modelagem da arquitetura corporativa, representada no Brasil pela Centus Consultoria.

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