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Arquitetura Corporativa e Desenvolvimento Ágil: os opostos se atraem?

Postado em 11 de set. de 2018 por Antonio Plais

Originalmente postado por Marc Lankhorst*, no blog da BiZZdesign – Tradução autorizada

Agilidade se tornou uma habilidade chave para as empresas. O ritmo em que os clientes requerem mudanças, em que novas leis e regulações afetam os serviços e introduzem processos, e a facilidade com que os competidores podem abalar o seu negócio, como a Google e a Apple fazem atualmente, leva a uma pressão imensa. Pressão para mudar rapidamente, para adotar novas tecnologias, para gerar crescimento, para crescer para reduzir custos. Em muitas organizações, ser ágil é tão crucial como ser capaz de inovar. A inovação e a agilidade são competências necessárias para um negócio sustentável.

O desenvolvimento ágil se tornou a norma para o desenvolvimento de software, mas a verdadeira agilidade do negócio requer mais do que apenas ter um bando de equipes Scrum. Mais ainda, se você focar apenas no tipo de agilidade em pequena escala fornecido pelo desenvolvimento ágil de software, você talvez não consiga distinguir a floresta das árvores: por que você quer ser uma empresa ágil, e o que é necessário para isso?

Organizar o Ágil em Larga Escala

Uma empresa é mais do que apenas um monte de pequenas equipes locais de desenvolvimento. As peças do quebra-cabeças em que estas equipes trabalham devem, de alguma forma, se encaixar. E, espera-se, existe uma visão do futuro, uma estratégia de negócio e de TI, um conjunto de metas que a organização está perseguindo. É aqui que a Arquitetura Corporativa entra. A arquitetura corporativa tradicional tem uma característica fortemente de cima para baixo, onde você desenha planos extensos antes de implementá-los. O movimento ágil, com seu foco na adaptação à mudança e resistência ao “Grande Desenho Antecipado” (BDUF-Big Design Up-Front) é praticamente o oposto.

Ambas as abordagens têm seus méritos e suas deficiências. A Arquitetura Corporativa tradicional pode levar a organizações lentas e burocráticas, que não sabem como se mover nos novos tempos; por outro lado, ter uma horda de equipes Scrum sem algum tipo de abordagem geral integradora pode levar a um panorama de TI desconectado, formado por silos ágeis. No entanto, se nós tirarmos vantagem do melhor das duas abordagens, nós podemos criar empresas que se movem como uma unidade sem haver um gerenciamento central de comando-e-controle que sufoque o desenvolvimento local e a inovação.

Exemplo: o Scaled Agile Framework (SAFe)

Desenvolvimentos recentes, como o Scaled Agile Framework (SAFe) e Disciplined Agile Delivery (DAD) se movem na direção correta. Vamos usar o SAFe como exemplo, mostrado de forma simplificada na figura abaixo:

blog SAFe 001

O SAFe é uma abordagem iterativa de várias camadas, onde encontramos as equipes ágeis típicas no nível inferior. Eles entregam seus resultados em uma frequência ágil típica de 2-3 semanas. No meio, os resultados destas equipes são integrados e liberados usando conceitos de solução de arquitetura como Architecture Runway e o Agile Release Train, que garantem que eles se encaixam. Esta camada itera em uma velocidade que correspondente a alguns ciclos da camada das equipes, fornecendo produtos potencialmente entregáveis a cada 2-3 meses. No topo, são posicionados os desenvolvimentos grandes e de longo prazo. É aqui que a arquitetura corporativa encontra o seu lugar. A estratégia de negócio alimenta esta camada e fornece o contexto para decisões da arquitetura de larga escala e alto impacto, para priorização das iniciativas e alocação de orçamento.

Nesta camada superior, métodos estabelecidos de arquitetura corporativa, tais como o TOGAF, encontram o seu lugar. O TOGAF também tem uma estrutura iterativa, conhecida como o familiar diagrama de “círculos de irrigação” do seu Método de Desenvolvimento da Arquitetura (ADM-Architecture Development Method). Aplicar isto em um contexto ágil requer, no entanto, alguma adaptação. Em particular, a Arquitetura Corporativa precisará se tornar mais voltada para fora e, consequentemente, mais orientada para o negócio, focada nos resultados e no cliente final. Um resultado de negócio poderia ser um produto para o usuário final, que é descrito pelos serviços, capacidades, entregáveis e artefatos, mas também uma transformação de negócio que implementa uma nova estratégia.

Olhando novamente para o TOGAF, a forma como a Implementação da Governança (Fase G, do ADM) se comunica com os projetos e programas de implementação (isto é, as duas camadas inferiores) precisa ser trabalhada. Em particular, métodos ágeis se baseiam fortemente em loops de feedback, enquanto que a governança do TOGAF é bastante prescritiva por natureza. O Gerenciamento de Mudanças na Arquitetura (Fase H do TOGAF) é um ponto de entrada poderoso para este feedback. Nós pretendemos voltar a este assunto em uma postagem futura.

blog SAFe 002

Arquitetura Corporativa Ágil focada nos resultados de negócio, capacidades, clientes finais, serviços e cadeias de valor de negócio

No entanto, SAFe, DAD, TOGAF e outros métodos relacionados ainda são bastante focados na TI. De acordo com o SAFe, o papel da arquitetura corporativa é “… orientar a implementação holística da tecnologia…”. Mas uma arquitetura corporativa verdadeira não é focada apenas na tecnologia. Ao invés disso, a arquitetura de negócio é uma parte cada vez mais importante na equação: mapeamento da estratégia, planejamento baseado em capacidades, mapeamento de valor, gerenciamento de processos de negócio, Lean Six Sigma e outras disciplinas orientadas para o negócio ainda estão faltando para completar o quadro. Uma arquitetura verdadeiramente ágil precisa de mais do que apenas uma TI ágil.

Fique ligado nas nossas postagens para conhecer mais sobre Arquitetura Corporativa e Métodos Ágeis. Enquanto isso, entre em contato conosco e compartilhe suas ideias sobre este assunto. Você também pode assistir a um webinar no site do The Open Group.

* Mark Lankhorst é Gerente de Consultoria & Evangelista-Chefe de Tecnologia da Bizzdesign, empresa líder em ferramentas para modelagem da arquitetura corporativa, representada no Brasil pela Centus Consultoria.

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